segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia, 2011

Lisboa e Tejo clicadas de sobre a Ponte 25 de Abril, no último dia de Inverno de 2011

Hoje, o primeiro dia de Primavera, está a sê-lo, não só no calendário. Dia de comemorar também «O Dia Mundial da Poesia, criado na XXX Conferência Geral da UNESCO, em 16 de Novembro de 1999. O propósito deste dia é promover a leitura, escrita, publicação e ensino da poesia através do mundo.» In Wikipédia.

Escolhi «Partem tão tristes». Porque sim.

Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém


João Roiz de Castelo-Branco,
Cancioneiro Geral

quarta-feira, 16 de março de 2011

Eu conheci duas «Sagres»

Base Naval do Alfeite. Uma Sagres ao lado da outra. Quantas pessoas terão esta memória?
Pelos meus «soquetes» e tamanho de meu irmão, seria uma teenager em início de carreira. Por causa do que li deve ter sido poucos anos após 1962, que ocorreu este clic.
Porquê este local de militares estar aberto a civis? Era assim, não sei se ainda é. Os tempos mudaram algumas coisas boas.
Se bem me lembro, quando aconteciam datas comemorativas e o senhor meu Pai se encontrava de serviço à Sagres, ausente portanto do seio da família, se o navio estivesse atracado perto de Lisboa, nós íamos até lá passar o dia com ele. Até lá, ao trabalho do Pai. Aliás, tenho na ideia que a tripulação de serviço podia convidar a respectiva família para almoço e visita ao Navio, contribuindo assim para formar uma outra Grande Família - a Família da Sagres. Recordo isso porque tenho gravado na memória a mesa comprida e estreita onde nos era servido o almoço, depois de descer umas escadas de degraus estreitos e profundos, agarrada a um corrimão de corda grossa. Era uma sala pequena, forrada no chão e muito confortável. Na época, ainda não conhecíamos alcatifas, por isso a retenção dessa decoração na minha memória. À cabeceira da mesa, sentava-se, quase sempre sorridente, o oficial de serviço, um dos muitos oficiais do navio a quem calhava ficar de serviço, tal como às outras patentes.
O saber comportar-nos, saber agarrar nos talheres certos, não pôr os cotovelos na mesa, falar quando nos falassem, era tema relembrado pela senhora minha mãe, no caminho para o evento. Porque ficávamos sentados logo a seguir ao «chefe», tinha de haver mais cuidado. Houve uma vez (devia ser mesmo pequena, teria uns 5 anos de idade) em que me sentaram ao lado dele, do oficial de serviço. Eu mal chegava aos talheres, mas a lição estava aprendida em casa, comi tudo e recebi muitos sorrisos das fardas à minha volta. Fui, nesse dia, o orgulho do papai!
Voltando atrás, não terminava em nós o número de comensais. Seguiam-se mais «fardas» sentadas com as mulheres e os filhos, ao longo dessa mesma mesa. Como uma grande Família. Sinto-me muito bem quando recordo estes momentos do meu tempo de menina.
A estória desta foto, com as duas Sagres em plano de fundo, que têm içadas uma mesma Bandeira, a Portuguesa, foi passada num Domingo de Páscoa, isso eu lembro, por causa dumas amêndoas chatas e outras castanhas e rugosas que nos ofereceram numa taça. Nunca tinha provado nada semelhante. Aquelas sim, eram muito boas. Não enchiam a boca, podiam trincar-se sem o perigo de partirem algum dente e tinham um sabor... sentado, o senhor meu Pai com filho-de-amigo ao colo, decerto visita também, euzinha sentada ao lado de braços cruzados e soquetes calçados, meu irmão em pé (teria uns 8-9 anos) e as duas «Sagres». No cais do Alfeite.
Guanabara, o novo navio que veio substituir a Sagres velhinha, roubou-lhe o nome. Ficou de sua graça a nova-Sagres. A mesma Sagres onde o Presidente da República, Anibal Cavaco Silva teve o seu almoço de tomada de posse, há uma semanita atrás.



Há muito, muito tempo, era eu uma adolescente

Olhei a foto e pensei se a iria pôr aqui. Teria de a scanar... e contar duas estórias.
Uma, o local e a altura. Queluz de Baixo, 1974, antes do Abril. Dia de confirmar, com um almoço, o convite dos senhores meus Pais aos Primos «Coutinho da Rocha», para serem meus padrinhos de casamento daí a uns meses.
Outra por causa da Moda. O que é a moda? Um cíclo.
Lembro-me muito bem o que vesti. Um fato, de calças e casaco de bandas largas. Na foto, as calças em flanela de lã, de cor castanha chocolate, com risca de giz, largas em baixo. O colarinho grande da blusa de cambraia creme, de mangas tufadas, difícil de passar a ferro e que se machucava logo que vestida. Camisola de lã fina, da mesma côr da blusa, com decote redondo e meia manga. Relógio de mostrador grande e correia de veludo preto. Sapatos com cunha e presilha, de salto largo e baixo, em camurça preta.
Apenas com 20 anos de idade, a mesma altura de hoje, cinquenta e poucos quilos de peso.
Sempre gostei desta foto. Sou eu e era assim, meia menina, meia mulher.
Sorriu-me, tenho de deixar escrito que estou a sorrir. Porquê? Porque comparo-me. A maioria de nós sofre um aumento de peso com o passar dos anos. Apenas devido à força da gravidade, que nos puxa e prende ao chão desta nossa aldeia global de nome Terra.
E mais não digo.

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ó pra eles, sem medo das ondas



Um fim de semana na Praia de Santa Cruz. Anos 80. Ficámos no Hotel Santa Cruz. Lá aceitavam animais. E ainda aceitam, penso eu de que.
O mar estava bravo na rebentação das ondas na areia da praia. Marido e Anourah, o nosso cão, foram até à ruína e depois correr na areia. «Uma voltinha pela praia, anda. Vão, que eu prefiro ficar em terra.»
E aconteceu. A fuga a uma onda é sempre um motivo para rir... na última foto, Anourah ganhou ao dono no arranque e na fuga. Só um se molhou.
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Luanda

1969. O senhor meu Pai.
Base Naval, na Ilha de Luanda.

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Luanda a preto e branco

Foto recebida cá, em Lisboa. Ilha de Luanda, perto da Base da Marinha.
Mostra três crianças angolanas, filhos de uma luandense de profissão lavadeira, dos quais desconheço os nomes.
Dois adultos portuguêses. O senhor meu Pai e Geninha, mulher de Miguel, um miliciano em comissão de serviço em Luanda.
Um menino português, o Paulinho, filho de Geninha e Miguel. Primos nossos.
Ano de 1969.
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Eu devia ser fresca!

Nesta foto, em 1955, estou a modos que zangada com o menino, filho do casal ao lado da senhora minha mãe. Tinha dois anos. Numa mata, depois de um pic-nic, talvez para a Encarnação ou Areeiro...

Que mau feitio!!!

Clic de foto antiga

1962 e a 4ª classe. 9 anos de idade. Sou a do lado direito da última fila. As mesmas carinhas de boneca de meia dúzia de meninas eram sempre postas em destaque. A Olguinha, a Luisinha, a Filó, a Lurdinhas, a Patrícia e a Cândida.
Esta é a última foto tirada nesta escola. Sei que ainda existe, com outro nome. Sei que é uma escola para Meninos, já não de Meninos e de Meninas, com um muro a dividi-la.
A seguir fui para a Escola Secundária Marquesa de Alorna. Outros muros, outra cor. E com sessões de cinema aos sábados.

Nota: Não tenho a foto de 1961. Nesse ano, o senhor meu Pai estava na Índia, mais propriamente, em Goa, quando se deu a invasão deste território pelas forças militares indianas. Ele e todos os camaradas do Navio Afonso de Albuquerque foram dados como mortos e desaparecidos pelo senhor senhor Salazar, em grande notícia de 1ª página com fotos dos militares e tudo. Foi no mês do Natal de 1961. A melhor prenda chegou-nos mais tarde, uns tempos depois, não lembro bem. Afinal estavam quase todos vivos - houve umas baixas - mas prisioneiros da União Indiana e esperavam a negociação para regressar a casa, após o reconhecimento pelo governo português da perda dessas colónias -Goa, Damão e Diu.
Lembro alguma coisa, mas não de muita. Há um diário, uns recortes de jornais, umas fotos, na casa da senhora minha mãe... Também não me apetece ir mais a fundo.
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Clic de foto antiga

1960. A 2ª classe. As batas brancas e os sorrisos de meninas de 7 anos. Fotografia tirada desta vez dentro sa sala de aula. O quadro preto, as duas fotos tradicionais por cima dele. E o estrado, para chegarmos ao quadro...
A mesma escola primária. A maioria das meninas são as coleguinhas do ano anterior, mas há alguns rostos novos.
Sou a sétima da penúltima fila.
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Clic de foto antiga

É mais uma foto antiga, de 1959. A minha 1ª classe. Tinha 6 anos de idade. Sou a primeira à esquerda da fila de baixo. A postura e o decoro de todas nós, meninas daquele tempo, é de salientar. Coisas da educação recebida em casa. Saber se sabíamos estar, começava nos bancos da escola primária. E quem não tinha aprendido em casa, era ensinada aqui.
Lembro-me de algumas destas coleguinhas, claro. E dos nomes delas também. A Lina, a Olga, a Luisinha, a Patrícia, a Teresinha, a Eulália... perdi-lhes o rasto.
Por onde andarão?
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

«Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente»


Grande Drummond! Para todos vós, os que caírem aqui, desejo um Ano Novo muito Feliz.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Não há vida como a do campo!

Não há vida como a do campo era um grito de guerra, quando chegávamos para 1 mês de férias à Serra da Lousã. Nesse tempo, as férias tinham de ser gozadas por inteiro.
Em fundo, o belíssimo vale de Góis ou do Ceira, tanto me faz.
Identifico o rio Ceira atravessado pela Ponte Manuelina. Os campos cultivados. A estrada para Carcavelos.
Cliquei esta foto parada uma sombra de eucaliptos, numa paragem para descansar as pernas da já longa descida que estávamos a efectuar a pé, das Ladeiras para Góis, por uma estrada imaginária.
Marido está sentado e o senhor meu Pai feliz.
Anos 80/90 do século passado. Há muito, muito tempo...
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Ai quem me dera

Elas eram maiores que eu. As duas manas, Irene e Madalena. Primeiro colegas no IPO de Lisboa, depois virámos amigos. Amigos de convívio, de passeios, de fim de semana. Madalena já não está, desde 99 do século passado. Saudades de ti, Amiga.
Dispostas em formato «galheteiro» para um clic de Marido, foi em Sevilha, anos 80 ou 90, com Rio Guadalquivir em fundo. Ai quem me dera (*)!

.../Ai, quem me dera ao som de madrigais / Ver todo mundo para sempre afim / E a
liberdade nunca ser demais / E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais / Dizer que a vida vai ser sempre assim / E, finda a espera, ouvir na primavera / Alguém chamar por mim.

(*) Ai, Quem Me Dera, de Vinicius de Moraes.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O meu querido e saudoso Anourah, caniche anão, que conviveu na família durante 18 anos. Estou a dar-lhe água proveniente de um chafariz da Folgosa, uma aldeia do Concelho de Góis, há mais de 25 anos. Lembro-me de uma frase de Mário Quintana:
"Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras, como a água bebida na concha das mãos?"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Já lá vão 50 anos ou mais ...

Foi-me emprestada por Fernanda. Foto do dia do casamento de Manuel das Neves Bernardo, irmão da senhora minha mãe.

Da esquerda para a direita: Fernando, Luís, Artur, Manuel e Olinda (meus avós), entre eles Carlos, depois o noivo (bonito rapaz ;)), os Padrinhos Elvira e José Maria, entre eles o filho Miguel, Cezerina e António. A menina é a Fernanda, filha dos Padrinhos.

Aqui, Tio Manuel já casado com Berta. A menina de branco, à direita, sou eu. E muitos, muitos mais que espero que alguém reconheça. Eu ia fazer 5 anos e lembro-me de estar constantemente a roer as flores do meu ramo ... seriam nervos pelo desempenho a prestar? As coisas que nos vêm à ideia, passados tantos anos.
De notar a assinatura do fotógrafo: Pinto & Barata.

Se um dia souber a data, virei aqui de novo.

:::::*:::::

E cá estou. O casamento foi em 11 de Maio de 1958.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Deixa escrever-te, verde mar antigo, / Largo Oceano, velho deus limoso, /
Coração sempre lyrico, choroso, /E terno visionario, meu amigo!

.../.

In 'Claridades do Sul'

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Saudade destes momentos

Ano de 1998, Setembro. Fim de férias.
Então ó Palmira, vou-me embora e não fazemos nenhum pic-nic? Ó coisa, isto é que é uma «bida»! Então não? Olha, é já amanhã que não temos mais fim de semana nenhum. A minha cunhada também se «bai» embora ... eu faço aqui um lanche e «bamos» comê-lo por aí.
E no último Domingo de férias, depois de almoço, uma carrinha «fór-transito» com uma «carrada» de gente e petiscos saiu da Póvoa, foi estrada fora e depois cortou por aceiros, connosco atrás noutro carro, tumba-catrapumba, até pararmos num local fresco, debaixo de um eucaliptal frondoso. Saímos dos carros. Olhei e ouvi um regato de água de nascente a cantar, um chão direito e limpo e um abrigo em tijolos de onde foi tirada a mesa-que-está-sempre-pronta-para-lanches.
E eu: juntem-se para a foto. Afonso ficou a refilar, que daí a bocado era noite. Claro. O sol já não batia em nós, mas na copa do arvoredo. Tivéssemos ido mais cedo ...
Foi na Ribeira d'Amieiro e em pé estão J.P.-o-senhor-meu-pai, Manuel Oliveira do Vale d'Abilheira, Palmira, Marido, Gracinda, Afonso, Casimiro e Suzete-a-senhora-minha-mãe. Sentada está uma irmã de Palmira, mulher de Manuel Oliveira, que por muito que puxe pela cabeça, não me sai o nome. Tenho de telefonar lá para cima...
Todos os nossos lanches ou pic-nics mereceram um clic, para mais tarde recordar. Essa foto que mudei para Sépia, mostra um grupo de amigos e familiares que se querem bem.
No ano seguinte, de novo em Setembro, levei uma cópia desta foto para os 3 casais. Porque conta uma estória. Foi a última foto com a presença do senhor meu Pai, nos belíssimos momentos de férias que ele adorava, passados durante muitos anos com nossos primos Afonso e Palmira, na Serra da Lousã.

PS - A minha prima Palmira sabe que eu me meto com ela por causa da troca dos *v's* pelos *b's* :)

Início dos anos 50 do século XX

Chegada a Nova York. Um cais serviu de prova. Na foto, dois camaradas seguram e mostram as compras para a família, enquanto um outro clica uma foto com uma máquina tipo caixa preta com alça, que ainda manuseei. Dentro dos embrulhos e na mala (linda, de dois tons, verde seco do tecido e o amarelinho da palha, que durou anos e fez parte das nossas viagens para a Serra da Lousã), dentro da mala dizia eu, haviam batons, vernizes, vestidos, cortes de tecido, meias de nylon, enfim, coisas muito bonitas que em Portugal não existiam, destinadas a enfeitar a senhora minha Mãe. Eu ainda não era gente. Mas uma parte de mim já andava a viajar... Será por isso que gosto tanto de Mar? Ele, o que está à direita, é o senhor meu Pai.

Descanso - sesta? - depois das manobras a bordo da Sagres.


Estas velas não são do Navio Escola Sagres actual, são do anterior, reformado no Alfeite.


As fotos são clics de clics do senhor meu Pai, há muitos anos, em viagem por mares já dantes navegados.
Mais lamirés sobre Marinha e Navio Escola Sagres aí:

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quem sai aos seus ...

A senhora minha mãe. Aos 19 anos de idade. Foto de 1950.
Pormenor: a moda nos anos 50 do século passado.

Esteja à vontade. É bem vindo :)

Recado para «Mar e Guerra». Não quer deixar um comentário?

Quando todos se juntavam

Ano talvez de 1995, em Meados de Agosto.
No Vale Torto, um grupo de mulheres «Cerdeirenses» aguardam à sombra da Casa de Convívio.
Esperavam certamente os maridos que se encontravam a disputar os jogos, nos tradicionais Jogos de Verão.

Foto de foto

Euzinha e o senhor meu Pai na Barragem de Castelo de Bode. Anos 7o do século passado.
Pormenor: os óculos, de novo na moda.

Quem sai aos seus

Senhor meu Pai. Ano impreciso, na década de 40 do século passado.
Profissão: «marujo» do Navio Republicano Português SAGRES.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Broa e queijo de cabra

Os hipermercados populam pelas vilas do interior do meu País. Eu, Lisboeta com terra, quando lá vou, podendo dispôr de uns euros para adquirir umas amendoas ou uns folares, é fácil para mim fazer boa figura e contribuir para a continuação dos empregos dos locais nessas zonas comerciais. Para oferecer aos de lá, claro. Porque para trazer, da terra, alguma coisa para oferecer aos meus de Lisboa, nicles!
Depois a velha e sábia frase: *levarás? trazeráz!!!*. Por isso, o que depois recebo, não há euros que comprem ou paguem. Não há à venda em lojas nem em supermercados, nem em bancas nas feiras semanais. Não há artesanato nesta parte da Serra da Lousã, no Concelho de Góis, a não ser o Mel, mas que já no final das férias de Verão fiz dele ofertas.
Concluo que existem mãos dos que ainda sabem fazer as coisas, mas que só produzem para casa, para os seus e para os amigos.
Uma broa e um queijo de cabra da minha prima Lídia, a quem, a custo, consegui arrancar um sorriso para esta foto. Onde encontrar estes dois sabores? Em nenhures.
Que consigas com teu Marido Antero, continuar a amassar broa e a coalhar leite das cabras por muitos mais anos.
Já não há geração que vos substitua nestas lides.
Bem-hajam.
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sexta-feira, 26 de março de 2010

Como o tempo passa

Ermelinda, Pai com mano ao colo e euzinha de chapéu à mexicana. Nos calhaus da barroca.
Ano 1959.
Nota: em 1975, Ermelinda e euzinha ficamos Comadres :), por causa da Sofia.

Manos

Irmão e euzinha, ano 1960, talvez.

No balcão da Ti Amada

Esta foto não está nada nítida. Tenho pena. Ainda hei-de procurar o original e fazer um scan como deve de ser.
No balcão da Ti Amada sentavamo-nos, lembro, em amena cavaqueira. Do aldo esquerdo, sentada no degrau está a Florinda. Logo acima, euzinha junto de meu avô Manuel. Depois está a senhora minha mãe encostada ao ombral e os primos. São sobrinhos e filhos de Ti Carlos Simões, marido de Amada. A senhora do lado direito é a Ti Idalina das Ladeiras, que se deslocava de terra em terra para vender peixe (mais sardinhas) que transportava à cabeçana canastra, envoltos em folhas de fetos. Lembro-a pelo timbre da voz - forte - e pelo cheiro que emanava, derivado à sua profissão de peixeira. As ruas eram forradas de mato.

Por lembrar Amada, lá na Cerdeira antigamente, davam nomes às meninas muito inspiradores de cenas bonitas. Ora a ver se me lembro: Amada, Benvinda, Preciosa, Aurora.
Digam lá que não.

sábado, 20 de março de 2010

Apanhá-lo assim, foi difícil

Alvém, é um lugar da Freguesia de Góis, na margem esquerda do Rio Ceira.
Quando calha andarmos por montes e vales, pelos aceiros e não pelas estradas feitas, acontecem estes momentos.
Este é um clic de uma foto em papel que está no álbum das recordações. Por isso mesmo, com pouca nitidez. Mas de uma bela paisagem, isso não tenho a menor dúvida.

PS: É Carcavelos e não Alvém. Alguém fez o comentário e eu só tenho de emendar o erro.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Tesourinhos

Em 1956, pensava eu que estava no cimo do Penedo. Para mim era O Penedo.
A meu lado, um cachorro que passou pela minha vida em criança, a quem eu me recordo chamar de «Formiguinha».
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A sesta em colchão de caruma

Anos 80 do século passado.
Tenho saudades da minha almofadinha-Anourah.
Viveu 18 anos, já não está.
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«Made by Quino»

Já lá vai o tempo em que a Tia-Madrinha recebia a «visita» da sobrinha-afilhada. Era tão bom o sentimento que nos unia. Claro que era a tua mãe, minha Cunhada-Comadre, que me visitava pois tu não andavas pelo teu pé. Como nos divertíamos. Não te lembras, o que é natural, ao contrário de mim. Tu eras muito pequenina.

Eu hoje vivo, também, de momentos como este.

Já andas pelo teu pé há muitos anos. Perdeste a morada, entretanto.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Mas uma coisa eu sei: a falsidade tem uma infinidade de combinações, mas a verdade só tem um modo de ser (*).

Eu gosto muito de ti, sempre gostei, e convido-te a sentir o mesmo por mim.

(*) Jean-Jacques Rousseau